No universo corporativo, a dinâmica entre mães e filhos muitas vezes reflete uma mistura de sentimentos. Passar o dia todo juntos pode ser um teste para qualquer relação, especialmente quando o choque geracional surge, lançando desafios inesperados no caminho. No entanto, quando a compreensão e o espírito de equipe prevalecem, essas relações não só sobrevivem, mas prosperam, transformando-se em duplas imbatíveis que se apoiam mutuamente. E quando esse vínculo é compartilhado no ambiente de trabalho, a presença de alguém em quem já existe um forte laço de confiança pode se revelar um trunfo valioso, construindo bases sólidas para o sucesso profissional.
Um exemplo disso é a história da família Dos Santos Pires, onde mãe e filha trabalham juntas há quatro anos na Dona Garcia Café, no bairro Monte Líbano, em Campo Grande (MS). A chef de cozinha Ana Cristina começou a trabalhar na cafeteria em 2019, como auxiliar de limpeza. Ao ser promovida, em 2020, para auxiliar de cozinha, deixou o cargo que ocupava com uma lacuna. Sua chefe perguntou se ela teria alguém para indicar, e ela prontamente respondeu que a filha, então com 18 anos, precisava de um emprego. Foi então que Aline começou a trabalhar, ainda em meio período, para ajudar a mãe com a louça e a limpeza da cozinha. “Ela veio pra ajudar, lavar louça, aí acabou aprendendo a produção, aprendeu a montar os bolos. Foi lindo, e hoje em dia ela também tem a mesma paixão que eu pela cozinha”, se emociona Ana.
Aline, hoje com 22 anos, diz que gosta de trabalhar com a mãe. “Eu acho que a gente se dá bem, a gente consegue diferenciar o pessoal do profissional, apesar de ser mãe e filha”, avalia ela. “A gente tem compromisso cada uma com seus deveres de serviço, mas é bom você trabalhar com quem você conhece, porque você já tem uma intimidade. Você consegue conversar sobre o serviço em casa, com alguém que entende o que você está passando”, revela.
Mas, claro, atritos são naturais, ainda mais quando duas pessoas passam o dia inteiro juntas. “Bom, a minha filha, como todo mundo já conhece na loja, tem uma personalidade muito forte. Então, às vezes, a gente batia de frente, mas nada que atrapalhasse o andamento do trabalho. Mas a gente se dá super bem, sim. Trabalhando junto, ela me ensinando, eu ensinando ela. Então, uma aprendendo com a outra”, afirma Ana Cristina.
O talento para a culinária pode estar presente na terceira geração da família Dos Santos Pires, já que a pequena Lorena, de 2 anos e meio, filha de Aline e neta de Ana Cristina, gosta de brincar com tudo o que é relacionado à cozinha. “Ela tinha 6 meses quando eu voltei a trabalhar. Várias vezes eu trouxe ela no carrinho ou no chiqueirinho, então ela cresceu acostumada com o ambiente da cozinha e adora brincar com panelas e frutas de brinquedo”, explica Aline.
Fonte: Sato Comunicação