A operação de estabelecimentos fora do lar acontece com margens reduzidas. A lógica é aproveitar o máximo dos ingredientes e evitar perdas, afinal, aos custos dos produtos, são somados a energia elétrica, a água, a mão de obra e toda estrutura de produção. Quando há sobras, elas representam perdas financeiras, mas também podem servir de alimento para os mais necessitados.
No início do mês, o Governo Federal instituiu a Lei nº 15.224, que diz respeito a Política Nacional de Combate à Perda e ao Desperdício de Alimentos (PNCPDA), que busca ampliar o diálogo entre governo, sociedade e iniciativa privada sobre o uso de recursos e a promoção da segurança alimentar no país.
A nova política estabelece princípios como a visão sistêmica das perdas, a educação para o consumo sustentável, o fortalecimento dos bancos de alimentos e a criação do Selo Doador de Alimentos, que reconhecerá estabelecimentos doadores que atendam aos critérios de segurança e qualidade.
Educação e eficiência: o papel das boas práticas
Com o propósito de orientar o setor, a Abrasel disponibilizou a cartilha “Como evitar desperdício de alimentos e economizar no seu bar ou restaurante”, que reúne procedimentos práticos para reduzir perdas na operação. O material é gratuito e aborda desde o armazenamento adequado até o reaproveitamento responsável de alimentos, orientando empreendedores a transformar a gestão em aliada da sustentabilidade. O material está disponível clicando aqui.
Para Adriana Lara, líder de Educação e Produtividade da Abrasel, o equilíbrio entre eficiência e solidariedade é um desafio diário para o setor de alimentação fora do lar. Ainda assim, mesmo nas operações mais eficientes, excedentes acontecem e podem ser transformados em um gesto de impacto social.
“A sustentabilidade começa dentro da cozinha. Quando o empresário controla o estoque, planeja o cardápio e treina sua equipe, ele não está só evitando desperdício, mas também fortalecendo a saúde financeira do negócio. Contudo, mesmo em operações bem planejadas, sobras podem acontecer. Nesse momento, pode ser feita a doação segura e simplificada, e o excedente deixa de ser perda e passa a ser oportunidade de gerar valor social”, comenta.
Da eficiência à solidariedade: a ponte da doação
Mesmo com gestão precisa, excedentes podem acontecer. Nesses casos, a doação de alimentos seguros e dentro do prazo de validade representa a alternativa mais responsável, agora fortalecida pela PNCPDA, que traz diretrizes para simplificar e ampliar as ações de redistribuição.
A legislação também prevê incentivos e parcerias que podem aprimorar a segurança jurídica e logística das doações, ponto considerado essencial para ampliar a participação de bares e restaurantes nessas iniciativas.
Fonte: Abrasel