Alimentos que curam: veja o que comer para acelerar a cicatrização de feridas

Se você se machucou e quer que a pele se recupere mais rápido, a boa notícia é que a alimentação pode ajudar! Ela desempenha um papel fundamental, porque fornece os nutrientes necessários para a reparação dos tecidos. Shauana Rodrigues, nutricionista e tutora do curso de Nutrição da Cruzeiro do Sul Virtual, garante que uma dieta equilibrada, rica em proteínas, vitaminas e minerais, pode acelerar o processo.

 

 

Por outro lado, uma alimentação pobre em nutrientes pode atrasar o processo e aumentar o risco de complicações. O consumo excessivo de açúcar e ultraprocessados pode favorecer inflamações, comprometendo a resposta imunológica e dificultando a recuperação.

 

 

Alimentos recomendados para o processo de cicatrização

Os mais indicados são alimentos ricos em proteína, vitaminas e minerais, que ajudam na resposta inflamatória do organismo. Para a síntese de colágeno e reparação celular, fontes de proteína como carnes magras, ovos, leite e derivados, além de leguminosas como feijão e lentilha são essenciais.

 

 

Frutas e vegetais ricos em vitamina C, como laranja, acerola, kiwi, morango, pimentão e brócolis, ajudam a estimular a produção de colágeno e atuam como antioxidantes, protegendo as células contra o estresse oxidativo. O zinco, presente em carnes, frutos do mar, sementes e oleaginosas, é essencial para a divisão celular e a renovação dos tecidos.

 

 

Para a formação da pele e das mucosas, alimentos ricos em vitamina A, como cenoura, abóbora, manga e fígado, são grandes aliados. Já os alimentos fontes de ômega-3, como salmão, sardinha, chia, linhaça e nozes, possuem efeito anti-inflamatório, favorecendo a recuperação do organismo. O ideal é priorizar uma alimentação mais natural e balanceada durante esse período, garantindo um aporte adequado de nutrientes essenciais para a regeneração e recuperação da pele.

 

 

Alimentos que devem ser evitados no processo de cicatrização

 

 

  • Açúcar e ultraprocessados, como refrigerantes, doces, fast food e biscoitos industrializados, aumentam a inflamação e dificultam a resposta do organismo à regeneração.

 

  • Frituras e embutidos, como salsicha, linguiça, salame e bacon, são ricos em gorduras saturadas e trans, prejudicando a circulação e podendo dificultar o transporte de nutrientes para os tecidos lesionados.

 

 

  • Álcool pode comprometer a absorção de vitaminas e minerais essenciais para a cicatrização, além de enfraquecer o sistema imunológico.

 

 

Como a hidratação influencia no processo de cicatrização

 

 

hidratação desempenha um papel fundamental, pois a água é responsável pelo transporte de nutrientes para as células, auxilia na renovação dos tecidos e mantém a pele hidratada. Quando o organismo está desidratado, o fluxo sanguíneo para as regiões afetadas é reduzido, dificultando a recuperação. Para garantir uma cicatrização eficiente, é essencial manter uma ingestão adequada de líquidos, priorizando água, chás sem açúcar e sucos naturais.

 

 

— Sinais como pele ressecada, redução na produção de urina e cansaço excessivo podem indicar um consumo insuficiente de líquidos, tornando ainda mais importante manter uma hidratação constante ao longo do dia – afirmou a nutriconista.

 

 

Mel e babosa realmente ajudam na cicatrização?

 

 

O mel e a babosa possuem propriedades que podem auxiliar na cicatrização de feridas quando aplicados diretamente na pele, mas seu uso requer cautela. O mel é amplamente estudado por suas propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e antioxidantes, sendo utilizado em alguns contextos clínicos para tratar queimaduras e úlceras cutâneas.

 

 

No entanto, Shauna Rodrigues ressalta que o uso caseiro não é recomendado. O mel não é estéril e pode conter microrganismos que aumentam o risco de infecção, diferentemente das versões medicinais utilizadas em ambiente hospitalar.

 

 

Já a babosa contém compostos bioativos que estimulam a regeneração celular e auxiliam na hidratação da pele, sendo tradicionalmente utilizada em queimaduras leves e pequenas lesões.

 

 

No entanto, seu uso em feridas abertas requer precaução, pois pode, em alguns casos, retardar a cicatrização ou causar reações adversas, como irritação cutânea. Além disso, há risco de contaminação durante a manipulação da planta, especialmente se não houver higienização adequada. Algumas variedades de Aloe vera também contêm substâncias irritantes que podem ser prejudiciais em contato direto com a pele lesionada.

 

 

Portanto, embora tanto o mel quanto a babosa apresentem propriedades benéficas, o ideal é que qualquer tratamento para feridas, especialmente as mais extensas, seja realizado sob orientação profissional para evitar complicações.

 

 

Fonte: Globo