Senac MS promove curso de Pães Artesanais na ABREC e reforça importância da atividade ocupacional para pacientes renais

 

O ciclo 2025-26 da Iniciação Científica e Tecnológica do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) soma investimento global de R$ 1.505.600,00, entre valores para o custeio dos projetos de pesquisa e concessão de bolsas a estudantes.

 

 

O montante é um dos maiores já registrados pela instituição, conforme ressalta o pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação, Edvanio Chagas.

 

 

“Esse investimento expressivo reúne recursos próprios do IFMS e também de fomento captados junto ao CNPq e à Fundect. Mais do que números, o edital reafirma o compromisso do Instituto Federal com a ciência, inovação e, sobretudo, com a formação dos nossos estudantes para um futuro cada vez mais conectado ao conhecimento e ao desenvolvimento regional”.

 

 

O edital prevê a concessão de apoio e incentivo à pesquisa e inovação, totalizando até R$ 80 mil, os quais serão distribuídos entre os projetos aprovados. O pagamento será realizado em parcela única, com o valor máximo de R$ 1 mil por projeto.

 

 

 

Bolsas

 

 

Com o valor de mais de R$ 1,4 milhão, serão disponibilizadas até 260 bolsas para os estudantes participantes, entre 151 bolsas destinadas ao ensino médio e 109 bolsas para o superior. Com duração de 12 meses, os valores das bolsas são de R$ 300 e R$ 700, respectivamente.

 

 

A distribuição das bolsas é a seguinte:

 

 

  • 90 bolsas serão financiadas pelo IFMS;
  • 25 pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de MS (Fundect); 
  • 145 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

Os requisitos e as regras para a participação no processo seletivo estão disponíveis no Edital nº 037/2025, publicado na Central de Seleção do IFMS.

 

 

Inscrições – A submissão das propostas poderá ser realizada de 22 de abril a 19 de maio, por meio do Sistema Unificado de Administração Pública (Suap), pelo coordenador do projeto.

 

 

Cada trabalho poderá abranger até três planos de trabalho, sendo dois com possibilidade de concessão de bolsa e um plano para voluntário.

 

 

Os formulários necessários para a submissão e para a indicação dos estudantes estão acessíveis no Suap e na Central de Seleção.

 

 

Seleção – A análise das propostas será realizada em duas etapas. Na primeira, o mérito dos projetos será avaliado por membros do Banco de Avaliadores Externos e Internos do IFMS.

 

 

Na segunda etapa, o perfil do coordenador será avaliado com base no Currículo Lattes e na planilha de pontuação, que está anexa ao edital.

 

 

A distribuição das bolsas seguirá a classificação dos projetos de pesquisa por área de conhecimento, com a quantidade de bolsas distribuídas proporcionalmente ao número de inscrições homologadas em cada grande área.

 

 

Por fim, a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propi) avaliará o apoio financeiro solicitado para o desenvolvimento das atividades previstas.

 

 

A divulgação dos resultados preliminar e final está prevista para os dias 18 e 25 de julho, respectivamente.

 

 

 

Iniciação Científica

 

 

ABREC (Associação Beneficente dos Renais Crônicos) para proporcionar formação profissional e ocupacional a pacientes em tratamento contínuo. Com o curso de Pães Artesanais, iniciado em 26 de fevereiro e encerrado na terça-feira, 9 de abril, a iniciativa reforçou o compromisso do Senac com a inclusão e a valorização das pessoas em situação de vulnerabilidade social.

 

Ao todo, 15 alunos participaram da capacitação, que teve carga horária de 20 horas e foi realizada no período da tarde, das 13h às 16h30, respeitando a rotina de cuidados médicos das pacientes. “O Senac, no âmbito de seu Programa de Gratuidade (PSG), percebeu que existia a possibilidade de trazer esse curso para a ABREC. Então a gente criou esse elo, essa parceria, para atender essas pessoas que estão em vulnerabilidade. Normalmente são pessoas de baixa renda, que fazem o tratamento e não conseguem tempo ou disposição para fazer o curso em outra oportunidade”, explicou Gilka Trevisan, diretora de Educação Profissional do Senac MS.

 

O curso foi adaptado à realidade das pacientes, considerando os dias de tratamento e as necessidades específicas de cada uma. A estrutura da cozinha da ABREC, que proporcionou a realização dos cursos in loco, recebeu os insumos e materiais necessários para transformar o espaço em uma verdadeira extensão do Senac, proporcionando um ambiente adequado para o aprendizado.

 

 

Cida Arroyo, presidente da ABREC, destacou o impacto positivo da ação: “Esses pacientes que fazem tratamento diário são, em sua maioria, muito carentes. Além de estarem aqui aprendendo e distraindo a mente, tiveram a oportunidade de fazer um curso que pode virar fonte de renda. Foi um curso saudável e tranquilo, que respeitou as limitações físicas e ainda motivou, deu autoestima.”

 

Mais do que técnica culinária, o curso promoveu esperança. A presidente da ABREC relembrou a emoção do encerramento do primeiro curso, realizado em dezembro do ano anterior: “Pessoas emocionadas, chorando, mostrando o quanto significou para elas participar. Foi um curso bem organizado, estruturado pelo Senac, que fez com que nossos pacientes se sentissem importantes, empreendedores.”

 

Exemplo dessa transformação foi Gilson de Pinho Alvares, aluno do curso. “Eu já fazia pão em casa, mas sem técnica. Agora aprendi a pesar, medir, fazer do jeito certo. A gente passa a conhecer mais e até pode vender pra ter um dinheirinho extra. Nunca sobra dinheiro no mês, então ajuda muito.”

 

O curso reforçou o papel da educação profissional como diferencial na jornada de pessoas que convivem com doenças crônicas. Em um cenário onde, segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 227 pessoas aguardavam por um transplante de rim em Mato Grosso do Sul, e a ABREC, que tinha 700 pacientes cadastrados, estimava que existissem cerca de 2,5 mil pessoas com condições renais no Estado, ações como essa mostraram-se fundamentais.

 

A iniciativa também se conectou simbolicamente com a memória do primeiro transplante renal realizado no Brasil, em 16 de abril de 1964